quarta-feira, 22 de julho de 2009



Dialeto Mineiro

O mineiro ou montanhês é o dialeto do português brasileiro falado na região central do estado de Minas Gerais. Essa variante, que ocupa uma área que corresponde aproximadamente ao Quadrilátero ferrífero, incluindo-se a fala da capital, Belo Horizonte, é um dos dialetos mais facilmente distinguíveis do português brasileiro.

Ele deve ser diferenciado do dialeto caipira, que cobre áreas do interior de São Paulo, Paraná e do próprio estado. A característica do dialeto montanhês apareceu durante o século XIX, após a decadência da mineração quando o estado foi largamente esquecido (inclusive pelos próprios governantes estaduais que centralizaram, excessivamente, a administração do Estado à região central), com seu acesso ao mar bloqueado por florestas e altas montanhas. Devido a esse isolamento, o estado sofreu influência do dialeto do Rio de Janeiro no sudeste, enquanto o sul e a região do Triângulo Mineiro, com exceção da cidade de Uberlândia, passaram a falar o dialeto caipira, de São Paulo.

A região central de Minas Gerais, contudo, desenvolveu um dialeto próprio, que é o conhecido dialeto mineiro ou montanhês. Este dialeto está também presente nas cidades de Patos de Minas, Governador Valadares, Ipatinga... (Essas duas últimas de sotaque pouco acentuado.) Sendo uma exceção no Triângulo Mineiro entre as cidades que falam formente o dialeto caipira.

O dialeto mineiro apresenta as seguintes particularidades fonéticas:

  • Apócope das vogais curtas: parte é pronunciado part' (com o "t" levemente sibilado).
  • Assimilação de vogais consecutivas: o urubu passa a ser u rubu.
  • Apócope do "d" nos gerúndios: chovendo passa a ser chuvenu. Tomate passa ser tumat' (com o "t" levemente sibilado).
  • Somente o artigo é flexionado no plural, à semelhança do caipira: os livros é dito us livru. Meus filhos se pronuncia meus filhu.
  • Permutação de "e" em "i" e de "o" em "u" quando são vogais curtas
  • Contração freqüente de locuções: abra as asas passa a ser abrazaza.
  • Alguns ditongos passam a ser vogais longas: fio converte-se em fii, pouco é dito poco.
  • Algumas sílabas são fundidas em outras. -lho passa a ser i (filho ==> fii), -inho converte-se em -inh (pinho ==> pinh).
  • "r" é pronunciado como uma consoante aspirada: rato.
  • Sonorização do "s" final antes de vogal.
  • Aférese do "e" em palavras iniciadas por "es": esporte torna-se sportchi.


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